Era 20:56 quando estacionei na esquina mais alternativa e rock and roll de Porto Alegre, João Telles com Osvaldo Aranha. Já na entrada do Ocidente me deparo com três lendas do nosso rock: Justin Vasconcellos(Garotos da Rua), Márcio Petracco(TNTe Edu K(Defalla). Cumprimentos e saudações, entro no bar, paro em frente a escada e ouço uma voz dizendo: “Cara, tu veio!! Que massa!!”. Era a Karina, do Programa de Atitude, apresentadora do evento. Adentro no salão e me deparo com MIR, Rodrigo “Arena do Roque” e Paulo “Doctor Rock”. E assim, fui me sentindo cada vez mais em casa e cercado de pessoas que admiro. Julio Sasquatt, 4Nazzo, King Jim, Felipe Messa, Mirela, Sara, Marcelo Gross, Jean da Confraria, Rene Santos, Marcelo, Carlinhos Carneiro, Flu Santos, Biba Meira, Castor Daudt, Jano Campos, Julia Barth, Marcelo Perna, Paulo Melo, Júlio Reny, Jeff Gomes, Guilherme Wurlich, Sandro Rock Na Cara... Me perdoem se esqueci de citar alguém...

Os shows tiveram início às 21:02, quando a banda Flor Lagarto sobe ao palco e, em seguida, Transmissão Beta deixa seu recado. A nova geração do nosso rock mostrando que não tá morto quem peleia. Provavelmente, nenhum dos integrantes das bandas citadas era nascido quando o Gordo Miranda criou o Taranatiriça, no longínquo 1978.

É chegada a hora da velha guarda do rock. Com apresentação de Karina Faria e Jano Campos, dá-se inicio as homenagens ao “velhinho” Miranda, mais uma vez organizado por Castor Daudt, responsável por reunir essa turma. E o primeiro nome a subir no palco do Ocidente é Júlio Reny, que promoveu um pocket show com músicas consagradas e cantadas por todos os presentes. Jovem Cowboy, dos Cowboys Espirituais, banda lançada pelo Miranda, Amor e Morte, Não Chores Lola, O Mundo É Maior Que Teu Quarto e A Irmã do Dr. Robert. Avassalador.

Logo após, sobe ao palco o Tributo ao Garotos da Rua, com King Jim, sempre performático e Justin Vasconcellos, e sua guitarra magistral, acompanhados por Paulo Melo no baixo, Castor Daudt na outra guitarra e Matheus Goelzer na bateria. Mais um desfile de clássicos com Tô de Saco Cheio e Você É Tudo Que Eu Quero. Pausa para Peninha Bueno falar um pouco sobre o homenageado da noite e, na continuação do espetáculo, sai King Jim e entra Marcelo Perna, do Taranatiriça. Mais clássicos do rock... Fazê Um Bolo, Roquinho e Baralho Voador. Encerrando essa parte da noite, a música tema do programa Pra Começo de Conversa é executada. Rock Na Veia!!!

A segunda parte da noite começa com Atahualpa Y Us Pankis, com Carlinhos Carneiro que, segundo o Flu, “é o cara mais Gordo Miranda possível”, o próprio Flu na guitarra, Paulo Melo no baixo e Castor Daudt na bateria, além do Mestre Jimi Joe, que de cara ataca com Sandina, na sequência Shoobidabiduba e Todo Mundo Saca com participação da querida Júlia Barth. Algumas substituições no palco e o som fica por conta de outra banda que o Miranda criou e fez parte, Urubu Rei. Biba Meira na bateria, Castor na guitarra, Flu no baixo e Carlinhos Carneiro no vocal, acompanhado por Júlia Barth e Ana Plaz, vocalista das bandas Transmissão Beta e Flor Lagarto, executando a clássica Nega(Vamos pra Boston).

Cansou? Então te prepara que tá subindo no palco o Defalla, pra quebrar tudo e um pouco mais!! Edu K, Castor Daudt, Flu Santos, Biba Meira e Marcelo Fornazier fizeram aquilo que todos esperavam: arregaçaram o som!! Pra começar, Repelente, em seguida Não Me Mande Flores, It’s Fucking Boring To Death e Melô da Popozuda.

Acabou? Que nada... Pra fechar essa noite mágica, o Replicante Apaixonado, Carlos Gerbase, muito bem acompanhado por Paulo Melo no baixo, Cláudio Mércio na bateria, Fornazier na guitarra e King Jim no sax e voz. Foi mais um desfile de sucessos e versões inusitadas. Boy do Subterrâneo, Astronauta, Mistérios da Sexualidade Humana, Amor Eu Preciso, Só Mais Uma Chance.

Shows encerrados. Festa chegando ao final. Abraços e despedidas, ainda dá tempo de uma foto com os amigos, um bate papo e um convite para novas gigs. Vou até o Castor Daudt parabeniza-lo pelo evento e pedir um autógrafo nos discos de vinil que levei até o Ocidente. Corro até o carro pra buscar as capas e prontamente recebo a assinatura que faz pegar preço. Agora só falta a Biba Meira e o Marcelo Fornazier.

Amigos, que noite memorável!! Com certeza, ele estava entre nós e curtiu cada música, cada amigo presente, cada depoimento!! Certamente, o Tributo ao Miranda já é parte do calendário cultural de Porto Alegre. Nos encontraremos em 2026, aqui no Ocidente, pra ouvir e contar novas e velhas histórias ao som de velhas e novas canções. E assim ele segue vivo em nossas memórias. Carlos Eduardo “Gordo” Miranda, Presente Velhinho!!